X Blue Cloud

E a fumacinha azul retornou às suas origens… Após duas edições na também mineira Poços de Caldas, o Blue Cloud voltou a ser realizado na aconchegante Caxambu, no Parque das Águas. Diversos colecionadores e apaixonados pelos DKW e sua história colocaram gasolina no tanque, misturaram o óleo, e botaram os velhinhos na estrada. E os Passat também participaram da festa, como convidados que são desde a edição de 2008.

Na edição de 2012, os proprietários de Passat estiveram presentes com 7 exemplares, vindos dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e também do próprio estado de Minas Gerais. As versões esportivas mais uma vez foram maioria e fizeram muito marmanjo lembrar do sonho de consumo na adolescência… Entre eles, o TS 1977 do sempre presente Edison Viggiani desta vez fazia a estréia de suas merecidas placas pretas no evento. Outro TS, um raro modelo 1981 com motor original 1.5 álcool, de propriedade do Renato Gualda, apesar de ainda não possuir a mesma merecida honraria durante o evento, já havia passado pela vistoria dias antes, sendo aprovado com facilidade. O terceiro TS, que assim como os dois anteriores também veio de São Paulo, um belíssimo exemplar de 1981 e na cor Cinza Carrara, participou pela terceira vez trazido pelo Wellington Ferreira, acompanhado de sua família. O ambiente familiar, aliás, sempre foi a preocupação dos organizadores do Blue Cloud. E também na companhia de suas famílias vieram os mineiros Edivaldo Moreira (Belo Horizonte) e Oterson Nocelli (Juiz de Fora), ambos proprietários dos dois GTS Pointer presentes ao evento, inteiramente originais e impecáveis. Saindo das versões esportivas para as mais comportadas, o L 1976 Azul Firenze do Heitor Nunes fez bonito em sua primeira aparição no Blue Cloud, com uma originalidade muito difícil de encontrar nas versões não esportivas, que geralmente são “apimentadas” pelos proprietários. Fechando a lista dos Passat, mais uma versão comportada: o LSE “Iraque” 1987 do André Grigorevski, este que vos escreve, participando mais uma vez do Blue Cloud vindo da cidade de Niterói – RJ.

E entre os donos da festa, havia modelos Vemag de diversos anos, cores e versões. Os Belcar, em sua maioria, preencheram o espaço do Parque das Águas, acompanhados das Vemaguet. O Fissore, exemplar homenageado nesta edição por ocasião do aniversário de 50 anos do seu lançamento, teve um exemplar presente. Da linha Vemag, apenas o jipe Candango não teve nenhum exemplar participante. Vale destacar também a presença de um belíssimo modelo alemão, um Sonderklasse 1957, considerado por alguns o mais belo e impecável DKW em solo brasileiro.

Alguns modelos de Puma-DKW também marcaram presença, todos 1967 e em perfeito estado. Além deste, os visitantes tiveram a oportunidade de ver (ou rever) o GT Malzoni pilotado nas Mil Milhas Brasileiras de 1966 por ninguém menos que Jan Balder e Emerson Fittipaldi. Este carro liderava a prova, considerada a mais emocionante de todas as edições das Mil Milhas, até poucas voltas do final, quando problemas em um dos pistões tiraram a vitória da dupla de pilotos, que ficou nas mãos do não menos importante Camillo Christopharo (em dupla com Eduardo Celidônio) e sua carreteira Corvette #18. Além do Malzoni, outro protagonista da história da Vemag não apenas neste episódio de 1966, mas de toda a sua história em competições, esteve presente mais uma vez: o simpático Miguel Crispim, mecânico-chefe do departamento de competições da empresa. É a história mais viva do que nunca, ainda contada por quem a escreveu e com o apoio de tantos entusiastas dos motores 2 tempos. Existe coisa melhor?

Fora da família das quatro argolas, porém ainda representando os motores de 2 tempos, o curioso Wartburg 353S 1988 do jornalista, radialista, blogueiro e… passateiro (claro!) Flavio Gomes sempre atrai os olhares entre os visitantes, que dificilmente conhecem o modelo, único no Brasil quando se trata deste ano e versão. O motor utilizado pelo Wartburg, um produto da socialista Alemanha Oriental, é bem semelhante ao utilizado pelos DKW, porém com alguns avanços como a presença de bomba d’água. O carrinho é frequentemente utilizado no dia a dia e exibe, pendurado em seu retrovisor interno, o Ampelmann, um ícone de Berlim Oriental.

Um detalhe interessante: todos os participantes deste ano vieram rodando, evitando o uso de cegonhas ou pranchas, incluindo alguns DKW que exibiam placas de cidades gaúchas, como São Sepé, distante aproximadamente 1600km do evento. De lá veio um modelo 1960, nunca restaurado, que mantinha a famosa pátina do tempo e venceu a distância com louvor.

Desta vez não houve o tradicional passeio a cidade vizinha de Baependi, mas a turma dos Passat selecionou 3 carros e subimos até o mirante do Cristo para uma sessão de fotos, que pode ser conferida na galeria abaixo. A presença dos Passat neste ponto turístico, vale dizer, chamou a atenção de alguns turistas que visitavam aquele ponto da cidade, e aproveitaram para tirar algumas fotos ao lado dos carros. Não deixa de ser um pequeno prêmio para quem se esforça em manter na mais perfeita ordem um modelo que deixou de ser produzido há mais de 20 anos…

E como não pode deixar de ser mencionado, a Home-Page do Passat agradece em nome dos proprietários de Passat presentes, não apenas o convite dos organizadores (que muito nos honra), mas também a recepção por parte de todos os proprietários de DKW durante o X Blue Cloud. Contem sempre com nossa presença e amizade!

Deixe uma resposta