II Village Classic Cars

Foi realizado, entre os dias 19 e 29 de outubro de 2017, o II Village Classic Cars. O evento, que foi um sucesso em 2016, está ainda melhor em sua nova edição. Com a organização do Veteran Car Club do Brasil e Porsche Club – RJ, a exposição traz cerca de 130 veículos especialmente selecionados para a ocasião, de diversas épocas e nacionalidades. A mostra é organizada por setores, como décadas ou países de origem, dando ao visitante uma aula sobre a evolução da indústria automotiva.

II Village Classic Cars
Os quatro Passat em exposição no II Village Classic Cars

   

Esta edição contou com 4 exemplares de Passat, exibindo quase todas as dianteiras que tivemos durante sua produção no Brasil. O mais antigo é o Passat L 1975, de cor Azul Caiçara, com cerca de 60.000km rodados. Representando a linha 79-82, temos um LS 79/80 Bege Jamaica, desde 0km na mesma família e com muitas histórias na bagagem.

O Passat LS Village 84 na cor Bege Equatorial foi mais um dos selecionados, possuindo cerca de 80.000km rodados e equipado com o câmbio 3+E, opcional da época. Por fim, o GTS Pointer 86/87 Verde Esmeralda fecha a linha do tempo dos Passat, deixando muita gente com lembranças de uma época que não volta mais. Todos os Passat fazem parte do acervo do Passat Clube – RJ.

Entre os demais nacionais de produção em série, um trio de esportivos do anos 80 se destacava: Chevette S/R, Monza S/R e Gol GT chamavam a atenção do público. A linha Volkswagen nacional também era representada pelos Karmann-Ghia e, claro, pelos Fuscas. Até o conversível utilizado pelo presidente Juscelino Kubistchek na inauguração da fábrica da VW em 1959 estava lá.

A linha Opala esteve presente com versões marcantes como um modelo Luxo 1970 com o belo e característico interior vermelho e menos de 50.000km rodados, uma Caravan Comodoro 1979 com motor 250-S e câmbio automático, além do Diplomata 1984 coupé.

Não poderiam faltar também outros modelos representativos dos anos 60 a 80, como o Maverick GT, Dodge Charger R/T, Corcel, DKW-Vemag, entre outros. Os fora de série nacionais também tiveram seu espaço, com Puma, Santa Matilde e Miura. Merecem menção também o raro Uirapuru, produzido em 1965 pela Brasinca, e o Gurgel Moto Machine.

Já os importados tiveram sua exibição definida por décadas ou nacionalidades. Foram separadas áreas para carros italianos, franceses, alemães e ingleses. Jaguar, Porsche, Mercedes e Alfa-Romeo foram as marcas com maior número de exemplares. Algumas marcas raras no Brasil participaram do evento. O pequeno Panhard Dyna X 1952, do mesmo proprietário há décadas, é um francês praticamente desconhecido por aqui.

Os Citroen DS e SM, clássicos da marca com desenho atemporal, junto aos Renault Dauphine e Gordini, completavam a ala francesa. Um Allard J2 1950, de produção inglesa, é um dos poucos sobreviventes conhecidos da época do Circuito da Gávea, corridas de rua realizadas no Rio de Janeiro. E não poderiam faltar algumas Ferrari para celebrar os 70 anos da marca do cavalinho rampante.

Village Classic Cars - Citroen DS e Citroen SM
Dois ícones da indústria francesa: Citroen DS e SM.

  

Na ala dos alemães, outro desconhecido: o Wartburg 312 1966, produzido no antigo lado oriental. Ao seu lado, mais um modelo com mecânica 2 tempos: o DKW F5 1937, de uma época da Auto Union que já foi tema de artigo da Home-Page do Passat. O pequeno Skoda 1101, produzido em 1947 na então Tchecoslováquia, tem uma história bastante curiosa: quando novo, foi rodando até Dacar, cruzando o deserto do Saara. Posteriormente desembarcou no Brasil, de onde não mais saiu.

Os modelos norte-americanos foram maioria entre os importados. Cadillac, Chevrolet, Ford, La Salle, entre outros, esbanjavam luxo em seus grandes modelos. Os esportivos Mustang e Corvette não poderiam ficar de fora e alguns exemplares foram exibidos. O Chrysler 300G estava em local de destaque e, com a porta do motorista aberta, era possível ver o banco que gira para facilitar a entrada e saída do condutor, além do câmbio acionado por botões próximos ao volante.

Havia também um raro Chandler, produzido em 1927. Esta marca produziu automóveis até 1929, quando foi absorvida pela Hupp Motor Car Company, que fabricava os Hupmobile.

Diversos modelos desta edição do Village Classic Cars merecem destaque, por sua história, importância ou raridade. Porém, como não é possível detalhar todos, escolhemos alguns deles que listamos abaixo:

Isotta Fraschini 8A 1925

Isotta Fraschini - Village Classic Cars

Símbolo de luxo e requinte, o exemplar em exposição no II Village Classic Cars faz parte de um pedaço da história do Rio de Janeiro. Ele foi de uso da cantora lírica Gabriella Besanzoni, esposa de Henrique Lage, que também possuía um Isotta para uso próprio. O casal morava no que hoje é o Parque Lage, espaço público na zona sul carioca. 

 

Du Pont 1926

Du Pont 1926 - Village Classic Cars

A Du Pont Motors foi uma empresa norte-americana fundada em 1919. Seus carros eram de alto luxo e comparáveis aos padrões de marcas como Cadillac e Packard. De baixa produção, pouco mais de 500 carros foram montados até 1931, quando a produção foi encerrada. Este exemplar é o único da marca conhecido no Brasil e um dos poucos que restaram em todo o mundo. Foi encontrado na cidade de Petrópolis, na década de 60, pelo atual proprietário, que o mantém desde então.

 

Rolls-Royce 1927

Rolls Royce 1927 - Village Classic Cars

Uma das estrelas do II Village Classic Cars nasceu como uma luxuosa limousine, mas teve sua carroceria inutilizada por cupins. Após muitas décadas de hibernação, renasceu como um esportivo de carroceira “boat tail”, após quase 3 anos de trabalho. Foi tema de reportagem da revista Quatro Rodas de julho de 2001.

 

Tatra T87 1936

Tatra T87 1936 - Village Classic Cars

O grandalhão T87 tem sua origem na antiga Tchecoslováquia. Com desenho inconfundível e ótima aerodinâmica para sua época, o T87 era equipado com um motor V8 traseiro refrigerado à ar. de 2,9 litros e 85cv. É um ícone da marca, com poucos sobreviventes no Brasil.

 

Monarca 1954

Monarca 1954 - Village Classic Cars

O Monarca é um veículo único que merece destaque. Foi produzido pela “Carrocerias Monarca Ltda.”, empresa criada em 1954 no Bexiga, em São Paulo, que fazia carrocerias exclusivas sob encomenda. Estima-se que pouco mais de 20 veículos foram montados pela empresa, todos de linhas diferentes entre si, ao gosto do cliente. A unidade em exposição é a única remanescente conhecida atualmente.

 

Toyota Celica GT 1982

Toyota do Zico - Village Classic Cars

Carro famoso e proprietário ainda mais. Em dezembro de 1981, o Flamengo conquistava a Copa Toyota, ao vencer o Liverpool por 3 a 0. Como era tradição, o melhor jogador em campo ganhava um Toyota 0km. Excepcionalmente, nesta ocasião, dois carros foram presenteados aos melhores em campo: Zico e Nunes. Por conta da burocracia da época para importação, permitida para o caso em que atletas ganhassem um automóvel como prêmio em competições esportivas, os carros só chegaram aqui em 1983.

Nunes recebeu um Carina, que tem paradeiro conhecido e até hoje possui placas amarelas. Já o Zico ficou com o Celica, que mantém até hoje em perfeito estado de conservação e funcionamento. Independente do time para o qual se torce, é um carro de alto valor histórico.

 

Galeria de fotos – II Village Classic Cars 2017

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