Foi realizado, entre os dias 19 e 29 de outubro, o Village Classic Cars 2023, a maior exposição de veículos antigos do Rio de Janeiro. O evento é realizado anualmente pelo Veteran Car Club do Brasil e reúne antigos previamente convidados que vem não apenas do estado do Rio de Janeiro, mas também de outros estados, como São Paulo e Minas Gerais.
A exposição aconteceu no Centro de Eventos do shopping Village Mall, na Barra da Tijuca, sendo de visitação gratuita e também pet friendly. Com isso, mais uma vez o número de visitantes foi bem alto, sendo mais uma edição de sucesso.
Foram aproximadamente 170 veículos na exposição. E entre eles, claro, não podemos deixar de começar pelos Passat. Dois exemplares foram convidados a participar dos 10 dias de evento. O mais antigo é um Passat L 1975 na cor Vermelho Nobre, de propriedade de um associado do próprio Veteran Car Club do Brasil. Ao lado dele estava um Passat LS 1980 na cor Verde Pampa, do acervo do Passat Clube – RJ (e, vale a pena ressaltar, da Home-Page do Passat também). Ambos com alto índice de originalidade e conservação.
Os veículos nacionais, por sinal, estavam muito bem representados, inclusive pelas cores. A linha VW a ar, por exemplo, contou com 3 impecáveis Fuscas, sendo eles dos anos de 1972, 1973 e 1996, além dos Karmann-Ghia e SP-2, que não podem faltar. E um dos destaques foi a Brasília 1974, em sua cor rara e original Violeta Pop. O exemplar foi restaurado recentemente e chamou bastante a atenção dos visitantes.
Ainda entre os nacionais, boa parte das montadoras e modelos esteve presente na exposição, como a linha Willys, onde destacamos o Itamaraty 1967 absolutamente impecável, o Simca Chambord 1965, linha Dodge, Fiat 147 e Panorama, apenas para citar alguns. Na linha Chevrolet, tivemos um impecável Monza Classic SE 1990, além de Chevette e alguns exemplares de Opala. Destacamos aqui a presença de duas ambulâncias: a Caravan 1992, que inclusive foi nossa companheira de viagem para o evento anual de Volta Redonda, e a Veraneio 1977 do Exército Brasileiro. Merece menção também o raro Opala Envemo 1978, com diversas modificações, como faróis, maçanetas, rodas, grade e teto solar.
E já que falamos de modificações, vamos passar para os fora de série nacionais. E esse ano estava bem difícil pensar em qual era mais curioso ou raro. Começamos com o Hofstetter, um dos mais raros e talvez o carro com desenho mais arrojado já produzido por aqui. Com apenas 19 exemplares produzidos, segundo o ótimo site Lexicar, o Hofstetter trazia diversas soluções curiosas e uma posição de dirigir que não se adapta a qualquer motorista. Com apenas uma pequena janela deslizante apenas para o motorista, todos os exemplares possuíam ar-condicionado para refrigerar o seu pequeno habitáculo. Na sua produção eram utilizadas peças de diversos carros nacionais. O comando do ar-condicionado, por exemplo, era do Passat.
O exemplar da exposição era um modelo 1988, já equipado com motor AP 2.0 turbo. Inclusive seu uso no carro demandava algumas adaptações, como um tubo soldado na tampa do cabeçote para deslocar a abertura do abastecimento do óleo.
Outra grande curiosidade que tivemos a oportunidade de conhecer de perto foi o Centauro. O modelo era feito pela empresa Decorauto, de Recife (posteriormente sua produção foi transferida para São Paulo), sobre o Ford Maverick. Sua modificações eram feitas basicamente com fibra de vidro, mantendo a mecânica original V8. As lanternas são bastante curiosas, feitas de lente de acrílico lisas e que, a partir de 1982, foram trocadas por lanternas de Monza. O carro da exposição era equipado com direção hidráulica e câmbio automático. Apesar de atualmente muitos torcerem o nariz para essa modificação, é algo que está totalmente dentro do contexto da época.
Tanto o Hofstetter quanto o Centauro foram levados para a exposição pelo Miura Clube do Rio de Janeiro, que levou também outros fora de série, como Farus, Adamo, Ventura e, claro um Miura X8. Não vamos falar de cada um deles para que o texto não fique muito longo, mas ainda nesta categoria não podemos deixar de citar a presença de exemplares de Santa Matilde, MP Lafer e Avallone, além de um raríssimo Bianco Tarpan conversível 1980, também em perfeito estado de conservação, além de um Bugre SS e de dois exemplares da Gurgel: um Xef 1986 e o Supermini 1992.
Entre os importados, o destaque do ano foi o Rolls Royce Phantom III Cabriolet 1937, que ficou em uma ilha isolada onde o público podia ver todos os seus ângulos. Além dele, foram exibidos exemplares desde os anos 20, como o simpático Ford T 1925, além dos luxuosos Chandler Big Six Touring 1927 e Packard Standard Eight 726 1930.
O Plymouth 1939 merece destaque: o exemplar é um verdadeiro testemunho de época, com pintura ainda original de fábrica, apresentando um charmoso desgaste, assim como todo o seu interior. O carro está em pleno funcionamento, com seu sistema elétrico de 6 volts original. Os modelos norte-americanos, por sinal, eram a maioria no evento. Não apenas os já citados anteriormente, da década de 20, mas também uma belíssima seleção de modelos dos anos 40 até os anos 70, do luxo dos Cadillac aos esportivos, como o Dodge Challenger 1970.
Por falar em esportivos, uma fileira de Corvette de diferentes gerações comemorou os 70 anos da fabricação do Corvette. Inclusive exemplares mais novos, como um 2019, ajudaram a fazer uma linha do tempo do modelo.
E além do Rolls Royce 1937, tivemos diversos automóveis europeus. Inclusive outro exemplar da mesma marca, ano 1927, além de ingleses da Jaguar, sempre muito bem representada, Morris e MG, que comemorava 100 anos da marca. Entre os franceses, um Peugeot 403 com placas da Argentina e um Citroen 11 1948, modelo que era facilmente visto nas ruas brasileiras daqueles tempos. A perua Volvo P1800 ES, a única representante da Suécia no evento, foi um dos destaques entre os carros presentes.
Tivemos também um bom número de modelos alemães, em especial os Porsche, incluindo um 911 R 1968, versão para competição. As marcas BMW e Mercedes também tiveram uma boa variedade de carros na exposição, apresentando diversas épocas das montadoras.
A área dos carros italianos foi uma das mais bonitas e chamativas. A começar pelas quatro Ferrari, onde destacamos a clássica Testarossa, seguido da Maserati Ghibli e de diversos Alfa Romeo, incluindo aí alguns modelos nacionais que ficaram na mesma área. O Fúria, criado por Toni Bianco para as pistas e equipado com motor Alfa, também estava lá.
E não eram os únicos italianos: ali pertinho, na área de carros de menor porte, um raro e curioso Fiat 600 Multipla era um dos modelos mais simpáticos do evento. Ao lado dele, além de um Fiat Topolino 1938, uma boa variedade de marcas e nacionalidades: Citroen 2CV 1988, Metropolitan 1959 e o Subaru 360 1968.
E não acaba por aí… Ainda havia motos, motonetas e brinquedos antigos. Não havia possibilidade de um aficcionado por antigos não sair de lá satisfeito e querendo voltar.
A Home-Page do Passat parabeniza o Veteran Car Club do Brasil pela seleção dos veículos do Village Classic Cars 2023, realizando assim mais uma edição espetacular da sua exposição anual!