Para boa parte dos antigomobilistas, a Metalúrgica Glicério S/A sempre foi sinônimo de calotas. Além do mercado de acessórios, a empresa também foi fornecedora de montadoras, incluindo a própria Volkswagen do Brasil. Uma das imagens deste post, por exemplo, foi retirada de um anúncio de duas páginas em 1957 no jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, onde a montadora alemã agradece a pouco mais de 20 fornecedores e lista a Glicério entre eles.
Não é muito fácil encontrar detalhes sobre a história da empresa, mas o site Opasgarage, que tem ótimas curiosidades sobre acessórios antigos, conta um pouco de como surgiu a Glicério neste link. E nem todos se recordam das rodas Glicério, que começaram a ser produzidas a medida em que o uso de calotas nos automóveis foi diminuindo.

Os primeiros registros de anúncios das rodas Glicério que conseguimos encontrar foi em março de 1979. Publicado na revista Quatro Rodas daquele mês, a peça publicitária trazia o mesmo modelo de desenho de rodas, com duas opções de centro. Com tala 6″ e, obviamente, aro 13″ conforme o natural da época, o texto especificava que as rodas eram para uso nos Passat.

A linha Itália das rodas Glicério, com centro removível, mereceu anúncio de página inteira na Quatro Rodas de agosto de 1980. O texto do anúncio não citava o Passat entre os modelos disponíveis, mas vale aqui o registro. Era citado como novidade no Brasil, além de “inquebrável”, ser 50% mais leve, entre outras qualidades.

Outros modelo de rodas foram anunciados em seguida para o Passat, ainda em 1980 e também no ano seguinte. Os desenhos mais conhecidos, e que também foram utilizados por outras fabricantes de rodas, foram inspirados nas até hoje famosas Phone Dial utilizada nos Porsche e nas chamadas Dragster.
Essa época foi rica em opções de acessórios e as rodas eram o ponto alto da personalização, quando era desnecessário o uso de aros enormes para chamar a atenção e nem havia pneus disponíveis no mercado para isso. Já mostramos aqui, por exemplo, as rodas Scorro e as pouco conhecidas Inapal que poderiam equipar os Passat.


As calotas, porém, não foram abandonadas. O último registro que encontramos deste item com modelos indicados para o Passat foi publicado em setembro de 1984, também na revista Quatro Rodas. Com desenhos semelhantes a rodas já existentes na época, elas eram opções obviamente menos sofisticadas para quem queria personalizar seu carro, porém com menor custo.

Home-Page do Passat O primeiro site sobre o Passat brasileiro
Olá. Assunto interessante, vi a marca Glicério em algumas calotas que gosto e cheguei aqui. O link para o Opas garage não me permite acesso.
Na Avenida Santo Amaro nº 5616 (São Paulo – SP) há um Passat raríssimo abandonado e coberto por uma capa cinza. Ele está com parachoques dos modelos 74/78, está calçando rodas Glicério modelo “1040” – conforme o catálogo da Glicério apresentado nesse artigo, e pela silhueta da capa cinza que o recobre podemos considerar que trata-se de um Passat muito provavelmente transformado (por alguma empresa das décadas de 70 e 80). É possível visualizá-lo parcialmente no Street View, quase na esquina com a Rua São Sebastião, dentro de um ex-posto de gasolina, sendo identificável, por ora, somente por essa roda Glicério modelo “1040” e pelo parachoque dianteiro modelo 74/78 que eu consegui visualizar pessoalmente.
Caro Grigorevski, me desculpe pela informação errônea sobre o carro que está calçando rodas Glicério modelo 1040 na altura do nº 5600 da Av. Stº Amaro, em SP, capital. Não é um Passat, mas sim um BMW antiquíssimo, da década de 60 ou de 70, creio eu. Me desculpe pela informação equivocada que transmiti, pois fui movido pela empolgação ao ver essas belas rodas num carro que estava encapado até a alguns dias atrás. Errei feio… Me desculpe.
Boa tarde! Acontece… Mas como sou meio doido por essas imagens, mesmo assim fui lá dar uma espiada, hahaha… Belo achado!!!