Sexta-feira, dia 21 de junho de 2024. Hoje é um dia especial para todos os proprietários e admiradores do Passat. Neste mesmo dia, 50 anos atrás, a Volkswagen apresentava o seu novo automóvel para a imprensa. Esta apresentação já foi comentada aqui algumas vezes, na ocasião de outros aniversários do Passat. Ela aconteceu no extinto Hotel Nacional, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A partir daquele dia de 1974, a VW do Brasil passou a ter oficialmente um veículo que rompia com importantes marcas de seus produtos.

Lançamento e Primeiros Passos
E, apesar de o carro só chegar efetivamente nas concessionárias no mês seguinte, a campanha publicitária na mídia impressa, radiofônica e na televisão, além do próprio interesse da imprensa em mostrar a novidade em diversas matérias, o Passat já começava a se tornar conhecido pelo público.
Não vou chover no molhado e explicar toda a revolução que era ter um Volkswagen com tração dianteira e motor refrigerado a água, além de outras novidades que não se limitavam à Volkswagen, mas aos automóveis nacionais como um todo. Afinal, o carro ainda era uma novidade até mesmo na Alemanha, onde havia sido lançado no ano anterior. Então, seria ainda mais inovador no Brasil, com seu mercado sempre alguns passos atrás dos países de primeiro mundo.

O Passat no mercado brasileiro
Mas o fato é que rapidamente o Passat se tornou um objeto de desejo entre as opções do brasileiro. Com um motor econômico e de boa potência, além de uma excelente dirigibilidade, aos poucos o Passat foi ganhando terreno e atendendo a diversos tipos de consumidores. Contando apenas com as versões L e LS de 2 portas no seu lançamento, gradativamente outras opções foram lançadas, como a versão 4 portas, a esportiva TS, a versão com tampa do porta-malas maior (que passamos a conhecer como 3 portas), um modelo de luxo como o LSE e um jovem e espartano como o Surf, entre outros ao longo de seus 14 anos de produção.
E se a Volkswagen não fazia, alguém fazia… No aquecido mercado fora de série dos anos 70 e 80, foram diversos carros que utilizaram a base do Passat. O Passat Dacon e suas várias versões são os mais conhecidos. Mas tivemos outros, como Passat Sulam, Passat Julia, Passat Malzoni, além de pick-ups, versões menos conhecidas como a Avel, Dacril, entre outros. Se o corpo não era usado, o coração era: são incontáveis os fora de série que utilizaram a mecânica do Passat.

Ou seja, o Passat atendia tanto ao consumidor que se interessava por um modelo mais simples, quanto a quem procurava algo mais luxuoso, mas sem precisar escolher modelos de padrão mais antiquado como ofereciam as demais montadoras da época. Foi o carro da família e também do executivo. Foi o carro do motorista de mais idade, mas também foi o carro do jovem. Era uma ótima opção para o uso urbano e também para viagens longas.
Sucesso nas pistas e outras histórias
Ah, não podemos esquecer que o Passat também foi um sucesso nas pistas do Brasil. Grandes nomes do automobilismo nacional, como Ingo Hoffmann, Chico Serra, Xandy Negrão, Gunnar Volmer, Toninho da Matta, entre tantos outros, pilotaram o Passat. O Passat participou do Campeonato Brasileiro de Marcas, Hot Car, provas de longa duração como as 12 Horas de Goiânia, colecionando títulos. Isso sem falar no Torneio Passat e nos campeonatos regionais.

Já que falamos em automobilismo e grandes nomes, vamos lembrar que o Passat foi testado por lendas como Emerson Fittipaldi (1975) e Ayrton Senna (1984) na revista Quatro Rodas, recebendo elogios de ambos. Além disso, o Passat brasileiro foi exportado para diversos continentes, sendo até hoje comum não apenas no Iraque, onde ficou famoso, mas também no Uruguai, Argélia e outros países onde ele resiste bravamente a todo tipo de uso. E na ocasião de uma encomenda para exportação para a Bulgária, o Passat brasileiro foi levado para um longo passeio pelo norte da Europa, chegando a enfrentar 25 graus negativos na Finlândia.

Foi também um dos primeiros modelos brasileiros comercializados com motor a álcool, tendo algumas unidades enviadas para outros países, como Paraguai e (incrivelmente) Iraque, para testar o novo combustível. Chegou a ser utilizado para testes com óleo vegetal como combustível, e também foi produzido em série com motor a diesel, exclusivamente para exportação.
Além de tudo isso, o Passat foi por quase 10 anos o carro mais moderno produzido no país. Depois, é claro, acabou perdendo este posto. Nada mais natural. Sempre a concorrência alcança e depois é alcançada neste eterno ciclo do mercado. Porém, até o final de seus 14 anos de produção foi uma das melhores opções que o consumidor tinha a sua disposição. Saiu de linha em dezembro de 1988, deixando saudades e sua marca na história.
Sem dúvidas, o Passat teve uma história bem rica, mas que ainda não acabou…
Homenagem aos 50 anos do Passat
De carro 0km, o Passat seguiu o fluxo natural sendo um bom carro usado no mercado… Foi nessa época que a Home-Page do Passat começou, quando apenas 8 anos haviam se passado desde o fim da produção do Passat. E de pouco em pouco foi consolidando sua imagem de carro antigo. E é nesse cenário que, desde o início do ano, estão vindo diversas homenagens aos seus 50 anos.
Aqui no Rio de Janeiro em especial, estas celebrações estão acontecendo em um bom número. Elas tem sido organizadas por clubes sérios e reconhecidos, como o VW Clube – RJ, e até mesmo por clubes de modelos de outras marcas, como os amigos do Opala Clube RJ, que não têm nenhum problema em homenagear outro carro importante da nossa história.

As celebrações vão continuar ao longo de 2024… Fiquem atentos!
E se você puder, faça também a sua homenagem aos 50 anos do Passat. Pegue o seu e vá dar uma volta. Dia de semana é complicado, os compromissos não permitem? Então aproveite o final de semana ao volante do seu Passat. Daqui a pouco vou tirar o meu de alguns dias de sono, aproveitar o dia de sol e rodar alguns quilômetros.